02
Jun17
Saturno
por maga rosa
E eu a dar-lhe com o nosso amigo Chaturno!
Pudera! É a pedra no meu sapato... Nasci com ele mesmo juntinho ao ascendente. Penso qu eme torna um pouco mais sisuda (às vezes toda eu me sinto sorrisos e vêm-me com esta: - Estás tão séria! E eu cá para mim: “O quê?!” Maldito Saturno!) J
Por vezes gostava de ser mais impulsiva e arriscar. Mas não. Tenho de pensar tudo bem pensado. Fazer tudo na perfeição. Para mim não chega o mais ou menos. Tenho de fazer melhor que bom... Ser perfeita. Mas será que alguém é perfeito?!
Resultado...hesito...receio errar... demoro a concretizar....se ponho mãos à obra, então tudo bem. Mas até lá...é o arrastar do tempo. É o tempo de Saturno!
Já pensei até: - E se eu o oferecesse para quem precise mais dele do que eu?
Mas pensando melhor...
Saturno é estrutura, é profundidade de pensamento.
Saturno é o esqueleto e sem ele fica-se uma massa informe. Sem ele o pensamento é superficial. A memória fica curta. Não há paciência. Em vez de maturidade, continua-se imaturo. Faz falta em acções estratégicas ou de ordem. Dá jeito na economia.
Saturno é o velho Sábio!
Há sempre as duas faces na mesma moeda.
E assim é com Saturno. Tudo depende da força que tem no mapa astral de cada um.
O meu não tem dignidades essenciais, nem debilidades. Está peregrino. Não é grande coisa, mas podia ser pior. Pelo menos, valha-me a boa disposição e “leveza” do regente do ascendente (Júpiter em Gémeos na casa III). (uso os regentes tradicionais dos signos).
Saturno é o que é velho. Em locais do mapa associados ao fim da vida, sempre pode ser uma bênção, porque poderá significar longevidade (não quer dizer que os outros não tenham uma vida longa...).
Está igualmente associado à terra, à agricultura, à jardinagem, às minas, às pedreiras, à construção, aos oleiros, à pastorícia, ao gado…
Profissões que requeiram algum isolamento, ou de alguma forma ligadas à velhice, ou à morte. A limpeza também é coisa de Saturno.
Planeta das cores escuras, enegrecidas, sem brilho. Do frio e da secura.
Saturno é o último planeta visível a olho nu, o mais distante e por isso mais lento, o que torna o seu efeito mais duradouro e prolongado.
O tempo de Saturno não perdoa…
Esta casa em ruínas tem nela memórias da minha primeira infância, dos meus pais ainda jovens, de mim, ainda menininha mas a querer fazer coisas de gente grande…De mim sentada num canto, lá dentro, a costurar uma meia quando ainda mal sabia falar. De mim, lá fora junto a uma daquelas paredes, a dormir em cima do capote de um mendigo. E da minha mãe surpresa e assustada uma e outra vez perante tais quadros…
Passei lá recentemente e das minhas memórias só restam estas ruínas. Da casa da minha avó uns metros mais à frente, só há a terra lavrada e vazia de casa e de horta. O ribeiro lá em baixo, continua a correr indiferente à passagem do tempo e às vidas que vêm e que vão.