O sonho é o alimento da alma
Em tempos de contenção faz-se a festa com os da casa.
A minha mãe faz anos a 31 pelo que não se livra do tema das bruxas. Este ano a festa foi a dobrar. Foi 2 em 1.
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Em tempos de contenção faz-se a festa com os da casa.
A minha mãe faz anos a 31 pelo que não se livra do tema das bruxas. Este ano a festa foi a dobrar. Foi 2 em 1.
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Ontem era para ser o grande dia. Não foi aquele que se alinhavava há um ano atrás, com todos os nomes que foram escritos nos convites, mas foi um dia especial na mesma. Adiou-se a cerimónia oficial, a boda, o fotógrafo e tudo aquilo a que os noivos têm direito. O vestido de sonho fica pendurado no cabide por mais um ano, à espera que a noiva mais uma vez emocionada o vista e se façam os arremates finais. Adiou-se a grande entrada na igreja pelo braço do pai. O nervoso miudinho e a correria para se ter tudo pronto a tempo e horas. Mas não se adiaram os sonhos. Esses, estão sempre presentes por mais que a vida nos ponha em stand by.
E o dia que não aconteceu por causa da pandemia, aconteceu na mesma, mas de uma forma bem diferente. Se não houve um padre, houve uma linda sacerdotisa, uma irmã de alma, que escreve belas palavras e tem a energia das deusas. Os convidados foram aqueles a que chamamos “da casa” e dentro do limite permitido por lei. O local, não podia ser mais apropriado. Ontem celebramos o amor, a vida, a família e a natureza. Celebramos com o que ainda há em nós dos nossos antepassados celtas.
Ontem o meu pai teria feito 80 anos. Não viveu o suficiente para assistir a este dia mas esteve presente nos nossos corações, simbolicamente na data e na homenagem que a neta lhe quis prestar com o ramo de flores brancas.
Por mais que a vida nos queira fazer abrandar, este tem sido um ano e tanto! Espero que o próximo seja mais suave com a humanidade e que nos seja permitido celebrar com tudo. Pelo menos o adiamento serviu para que possamos ter presente no grande dia uma pequena vida que se está a formar agora. Um pequeno ser que será muito bem vindo às nossas vidas.
Há quem defenda que o mais importante é a tradição e há quem aproveite todas as oportunidades para se divertir, mesmo que se trate de “estrangeirices”. Eu sou de opinião que se pode ter e viver as duas. Pode-se brincar ao Halloween no 31 e no dia seguinte pegar na saquinha e ir de porta em porta pedir o pão por Deus. Uma não invalida a outra. (A juntar a estas duas datas há ainda o dia de finados, que se vive no dia 2 de Novembro visitando e enfeitando com flores as campas dos entes queridos já falecidos).
Pessoalmente, vivi uma infância em que era pelo Carnaval vestidos com o que tínhamos em casa mas disfarçados o melhor que conseguíamos, que íamos de casa em casa, pregando uns sustos e de saco na mão à espera de retornar a casa com ele cheio de guloseimas e com alguma sorte, algumas moedas também. Foi assim uma espécie de 3 em 1. Carnaval, Halloween e Pão por Deus. Conta a minha mãe, que ainda jovem adulta mas já mãe aqui desta que vos escreve, de ir pregar uns sustos aos vizinhos já noite serrada mas em dias de Carnaval, com uma abóbora esvaziada do seu miolo, uns buracos como olhos e uma vela acesa lá dentro. Não é isto típico da famosa noite das bruxas?
Há quem diga que o que se vive cá nesta data, nos dias de hoje, não é nosso e sim influência do estrangeiro. Há quem escreva até que não passam de americanices. Pode até ser. Mas, não fará lembrar também Samhain, a festa pagã dos Celtas para celebrar o fim do verão, início do Inverno e a época das colheitas? E não corre nas nossas veias também algumas gotas do sangue do povo Celta? Foi-me ensinado nas aulas de história na escola primário (e eu lembro-me bem disso), que antes éramos os Iberos e fomos invadimos sucessivamente por outros povos, de outras regiões, incluindo os Celtas e daí passarmos a ser chamados de Celtiberos. Não é de estranhar que tenhamos adquirido alguns hábitos e costumes de quem veio e por cá ficou, seja há muitos ou poucos séculos atrás, ou seja nos dias de hoje. E isto inclui alguns costumes pagãos dos Celtas. Eu sei que nós portugueses somos feitos de muitas partes e é isso que faz de nós quem somos, tão diferentes entre nós, mas únicos. Tão hospitaleiros e sempre curiosos e abertos ao que é novo e externo a nós.
Eu aceito a diversidade, e tudo o que venha para nos tornar mais “ricos” em experiências e melhores pessoas, é bem-vindo!
Este ano, mais uma vez fez-se a festa cá em casa, com muitos jogos, diversão e risos. A cada ano é sempre especial, mas o mais importante mesmo, é o convívio. Desta vez não restaram muitas fotos e trago-vos as possíveis. É o que há, mas os bons momentos passados, esses já ninguém nos tira. São essas as recordações que ficam e que levamos pela vida fora.
Ainda não são muitas as crianças que aparecem por aqui a reivindicar os costumes, mas lá vão aparecendo. No 31, veio um grupo de crianças pela tarde. À noite, bem tarde por sinal, vieram uns a rondar o começo da adolescência. Na manhã do dia 1 foi a vez de dois rapazinhos tocarem à campainha a pediram o pão por Deus. Há tempo para todos e doces também. Não foi muito, mas a taça dos bombons que havia em cima da mesa deu um jeitão.
Gosto dos bailes e das brincadeiras de Carnaval. Gosto do pré-carnaval. Do preparar das fantasias, de imaginar e criar os fatos. Sorte a de ter um marido músico, assim bailes não me faltam, ano após ano.
Em criança vestia-me com o que tinha, quase sempre a roupa dos meus pais. Quase sempre a matrafona. Uma máscara daquelas de plástico no rosto e lá ia eu feliz da vida, de casa em casa pela aldeia fora, juntamente com outras crianças. Regressava sempre com algumas moedas e guloseimas que nos davam e que repartíamos por todos. Fazia parte.
Este ano a criação das fantasias foi no momento. Sim, fantasias. Saí Sábado e Segunda-feira. No primeiro dia usei o fato de palhaço de anos anteriores, mas do qual continuo a gostar. Sempre gostei de ser a palhaça! :D
Na Segunda-feira arrisquei uma reação de eczema no rosto e produzi-me de caveira mexicana, bem colorida e com flores. Só dispensei a cara branca, com pena minha, pelo motivo que mencionei no início da frase. Tive dois parceiros de fantasia, a filhota e o namorado dela.
O morto (nickname de concurso), valeu-lhe o prémio de melhor mascarado.
Créditos das fotos: maga rosa
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Grata! Beijinhos
A foto é da casa dos fundos, a minha oficina, mas ...
Que surja a melhor das escolhas!!!Boa semana!!Beij...
Que linda está a tua casinha com os teus desenhos!...
Grata!