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maga rosa

Oficina de artes esotéricas e criativas.

maga rosa

Oficina de artes esotéricas e criativas.

24
Jan16

Em dia de eleições!...

por maga rosa
Imagem de arquivo retirada do Google


Este não é um “post” comintenções políticas e muito menos para falar sobre os candidatos àspresidenciais, mas sim escrito motivado por um estado de espírito, o meu!

Acordei desmotivada e com adesculpa de que as minhas tendinites não me tinham deixado descansar bemdurante a noite. Vesti-me de gata borralheira e fiquei a arrastar-me pela casa.Tinha coisas importantes para fazer. A roupa no cesto pedia urgência no trato.O chão estava uma lástima. Os móveis a pedir pano do pó. Como podia eu desperdiçartempo a sair de casa? E foi com este sentimento de dever de dona de casa quepensei em todas aquelas mulheres que durante décadas tanto lutaram, para quehoje eu tivesse o direito de votar.

Lembrei-me da longa fila,nas primeiras eleições livres após a revolução do 25 de Abril, do arconcentrado da minha mãe, de mim ao lado dela orgulhosa do seu papel naqueledia e de como, anos mais tarde, à primeira oportunidade, exerci também o meudireito e dever de cidadã.

E sem adiar mais, coloqueia minha vestimenta de mulher emancipada, meti pés ao caminho e fui decidir ofuturo do meu país!


25
Abr14

25 de Abril sem cravos

por maga rosa








Faz hoje 40 anos, nem mais nemmenos, que eu, juntamente com mais uns quantos milhões de portugueses vivemos odia mais estranhamente espetacular e inesquecível de sempre e que ficará para ahistória! Sendo eu uma miúda de aldeia, longe da capital e alheia a essasgrandes movimentações políticas e militares, ficou-me desse dia não a memóriado grande feito dos nossos heróis e dos cravos, mas quatro momentos posteriores, ouconsequências desse dia e que marcaram grandemente a minha infância.

Regresso do meu tio Joaquim,combatente no ultramar, mais precisamente em Angola. Esse dia foi vivido compompa e circunstância! Teve direito a excursão familiar rumo a lisboa, aoaeroporto militar onde eu, encavalitada no muro, do alto dos meus 8 anos,assisti a um dos momentos mais emocionantes da minha vida! No final, houve atépiquenique num jardim qualquer da cidade, do qual só me resta a memória de umatoalha estendida na relva e muita comida espalhada por cima e muitos rostos emocionadose felizes à sua volta.

Mudança de casa e para o meu pai,de profissão. Com a ocupação das casas, terrenos e quintas dos mais abastados,também nós fomos atingidos. Foi um golpe duro. Não tínhamos casa própria e nemeramos ricos, e tudo o que o meu pai tinha conseguido amealhar com esforço e muitotrabalho estava lá, gasto numas pilhas de troncos de madeira e em salários aostrabalhadores que a cortaram e amontoaram, no terreno do lavrador e pronta parair para a fábrica. Depois da revolta vieram as ocupações desmedidas e semcontrolo, onde a palavra liberdade foi distorcida e em que tudo se podia! O quenão foi vendido ao desbarato foi destruído. A madeira foi incendiada. Asfábricas fecharam. E o meu pai viu-se forçado a começar de novo, mais uma vez edesta feita, na agricultura. Mudamos de terra e de casa. Para mim foi umaaventura, uma aventura inesquecível numa quinta a perder de vista (aos meusolhos de então!), cheia de recantos e encantos por descobrir. Só tive pena dena mudança perder a minha boneca, a minha única boneca e modelo para os meusdotes de pequena costureira!

Eleições. Primeiras eleiçõeslivres. E sobretudo, uma grande vitória para as mulheres, que pela primeiravez, todas sem exceção tinham o direito ao voto. A minha mãe estava lá, e nafila ao lado dela estava eu. Foi um grande acontecimento!

Por último, mas não o último dos 4 acontecimentos em ordemcronológica, uma notícia de jornal! A notícia da minha vida. Foi pelos meusolhos que li as palavras lá escritas e a imagem que mostrava umas roupas demuitos anos, manchadas de sangue. Aquilo chocou-me e marcou-me. Os restosmortais de uma mulher morta durante o regime salazarista iam ser mudados paraoutro local. E na minha inocência perguntei-me a mim própria silenciosamente,se iriam passar com ela ali na nossa estrada, à nossa porta. Ansiei que assimfosse e eu a pudesse ver. Não passou! A estrada foi outra a muitos quilómetrosde distância, mais para sul.
Mais tarde, já adulta e a trabalhar em Lisboa, deparei-me com o livrosobre essa minha heroína numa banca de livros usados, lá para os lados da Praçado Comércio. Veio comigo.
E, numa página de um livro astrobiográfico escrito a várias mãosmuitos anos depois, lá está o meu tributo a essa grande mulher que marcou aminha infância e me ensinou (mesmo que indiretamente) o que é o 25 de Abril!






Imagem dos cravos tirada daqui

Quem é a maga rosa?

É uma alma antiga, bruxinha ou alquimista, que sabe que é o sonho que comanda a vida e que o essencial só é visível ao coração, pelo que coloca paixão em tudo o que faz, mesmo que aos olhos dos outros não passe de uma lunática. Quando desce à terra, deita cartas e lê nos astros, enquanto vai espalhando pinceladas de cor e boas energias!

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