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maga rosa

Oficina de artes esotéricas e criativas.

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17
Dez15

A menina Eva

por maga rosa





O texto de hoje, dedico-o auma grande mulher que se cruzou com a minha família no começo de 1970. Seexistem anjos, ela é, ou foi, um deles com certeza. Pelo menos aos meus olhos, foium anjo e acredito que se o céu existe mesmo, ela está no cantinho mais bonitode todos!

Hoje de manhã, aoarranjar-me para mais uma sessão de fisioterapia, o meu pensamento desviou-separa Saturno, aquele planeta bem chatinho e de que ninguém gosta. No meu mapaastral e da minha irmã, ele está precisamente em cima dos nossos ascendentes.Foi através do seu posicionamento, bem como o do Sol que lhe faz companhia, quehá uns anos, numa aula de astrologia o professor fez a rectificação do mapa daminha irmã, a título de exemplo. Ficamos dessa forma a saber que nasceu não nosminutos que julgávamos, nem naqueles que estão escritos na certidão denascimento, mas sim algures lá no meio. Por vezes, existe a dúvida quanto aosigno ascendente, quando não há a certeza da hora e neste caso concreto,balançava entre Carneiro e Touro. Podemos então concluir que é mesmo Carneiro.O planeta Saturno e o luminar Sol, ambos juntinhos em signo de Fogo, foram achave para resolver o mistério. Aqui, representam uma fase menos boa na vidadela e que só não deixaram marcas graças ao tal anjo em forma de mulher quereferi lá no início.

Era inverno ainda, ou pelomenos fazia frio e naquele tempo as casas de aldeia todas tinham uma lareiragigante num canto da cozinha, que se mantinha acesa para aquecimento ecozinhar. Algumas por sorte também albergavam enfiadas numa vara, ao fumeiro,umas quantas chouriças e morcelas. Junto ao braseiro, existia a habitual púcarade barro com água. Era uma forma de ter água quente o dia todo quando ainda nãohavia saneamento básico, água canalizada e muito menos ainda, um esquentador.

A minha irmã, á época aindabebé, ficou queimada com a água da púcara. Foi uma aflição para nós, eu e aminha mãe. E foi nesse contexto que surge a menina Eva. Depois de alguns diasde idas ao hospital para mudar as ligaduras que lhe cobriam o braço e a perna,queimados em quase toda a sua extensão, causando-lhe sempre grande sofrimento,entrou-nos pela porta dentro uma desenvolta senhora, de chapéu na cabeça evestido às florzinhas azuis. Suponho que teria uns 50 ou 60 anos. Se os meuslongínquos quatro anitos não me atraiçoam, é essa a imagem que guardo dela.Perguntou se podia ver a minha irmã e foi entrando.

Eu, uma figura pequena ecuriosa, fiquei de pé lá ao lado do berço, que nem guarda de plantão. Eu era airmã mais velha, e aos irmãos mais velho cabe-lhes esse papel.

Primeiro, com todo ocuidado tirou-lhe as ligaduras. Depois, com uma pequena tesoura, raspou todosos pedaços de pele que ainda restavam e que as ligaduras não deixavam sarar. Deseguida pincelou-a com um líquido vermelho. Hoje, penso que seria mercúrio, masé apenas uma suposição, porque certeza, só tenho a de que foi a melhor coisaque poderia ter sido feita. Graças a isso e a ela, hoje não tem nem umacicatriz. Voltou lá a casa enquanto foi preciso e até a bebé ficar boa,deixando-a restabelecer-se sem ligaduras e nem roupas coladas às feridas.

Quem era esta menina Eva?(era assim que a chamavam por nunca ter casado)
Só sei que era uma pessoa muitoaltruísta, que, onde houvesse alguém doente ela acorria para cuidar ou levaruma sopa. Terá sido enfermeira, ou simples curandeira? Quem sabe, as duas…
Por ironia do destino, anos maistarde, já a minha família se tinha ido embora para outra terra, ouvi que ela,ao fritar uns sonhos para levar a casa de alguém, se queimou bastante com oóleo a ferver…

Guardo para mim adúvida…Terá ela tido quem cuidasse dela?






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Quem é a maga rosa?

É uma alma antiga, bruxinha ou alquimista, que sabe que é o sonho que comanda a vida e que o essencial só é visível ao coração, pelo que coloca paixão em tudo o que faz, mesmo que aos olhos dos outros não passe de uma lunática. Quando desce à terra, deita cartas e lê nos astros, enquanto vai espalhando pinceladas de cor e boas energias!

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